Alimentando pessoas de idade

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7 dicas e cuidados sobre alimentação para idosos

Uma alimentação equilibrada está na base de uma vida mais saudável. E como não poderia deixar de ser, isso vale também para pessoas na terceira idade. Por isso, há várias diretrizes de alimentação para idosos que fornecem orientações valiosas nesse processo, desde o preparo dos pratos até a organização do local onde as refeições são feitas.

Parte das orientações para uma alimentação saudável das pessoas idosas foram retiradas dos protocolos do Guia Alimentar Para a População Brasileira1, desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Em linhas gerais, o documento recomenda que, em todas as idades, uma alimentação saudável “deve ser acessível do ponto de vista físico e financeiro, variada, referenciada pela cultura alimentar, harmônica em quantidade e qualidade, naturalmente colorida e segura sanitariamente”.

1. Quem são considerados idosos?

No Brasil, é considerada uma pessoa idosa aquela com mais de 60 anos. Esse parâmetro é estabelecido a partir do desenvolvimento econômico do país. Em países desenvolvidos, são considerados idosos pessoas com mais de 65 anos2.

Tal diferença leva em conta o nível médio de qualidade de vida em cada estágio de desenvolvimento social. Obviamente isso não é linear e nem sempre é compatível com a idade biológica, mas acaba servindo de referência para diretrizes e políticas públicas de atenção à saúde.

2. Qual a importância da alimentação saudável para idosos?

A transição para a chamada terceira idade faz com que aspectos biológicos, psicológicos e sociais tenham impacto sobre o estado nutricional da pessoa idosa. Além disso, é preciso levar em conta o desenvolvimento de uma série de doenças crônicas, mais comuns nessa fase da vida, e, em alguns casos, a redução da capacidade motora e de mobilidade.

Com isso, é fundamental que sejam feitas adaptações para que os prejuízos sejam minimizados. Entre os principais problemas que pessoas nessa faixa etária enfrentam estão3:

    • Perda de autonomia e capacidade cognitiva para preparar e se alimentar por conta própria;
    • Perda ou redução do apetite, da capacidade olfativa ou mesmo da percepção de sede e de temperatura dos alimentos;
    • Dificuldade para mastigar, devido a deficiência musculares ou a perda dos dentes;

No mais, é preciso sempre levar em conta demais aspectos fisiológicos que podem estar impedindo uma alimentação adequada, bem como determinadas vulnerabilidades socioeconômicas.

Vale também reforçar que muitas doenças e condições têm como condição indispensável para o manejo uma dieta equilibrada. Entre esses quadros estão o diabetes, a hipertensão arterial, a osteoporose e a sarcopenia.

3. O que pode ajudar uma pessoa idosa a comer melhor?

As mudanças fisiológicas percebidas com o passar da idade podem afetar a forma como a pessoa idosa se alimenta, como já mencionamos. E evitar isso passa não apenas por pensar o que vai ser colocado no prato, como em todo o ambiente em que as refeições são preparadas e servidas.

É fundamental que esses locais sejam agradáveis e reforcem a autonomia, o conforto e a segurança das pessoas nessa faixa etária. Tais cuidados garantem que o momento à mesa seja mais prazeroso e efetivo, contribuindo com a autoestima, inclusive.

Favorecer interações sociais no momento da refeição, manter uma rotina alimentar, incentivar a mastigação adequada e sem pressa de cada alimento e evitar fazer isso na frente de telas já traz benefícios significativos, favorecendo o prazer e o apetite.

4. Como montar um cardápio semanal?

O ideal é que o cardápio contenha sempre 3 refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis 1-3.

A partir disso, o feijão com arroz básico pode ser consumido todos os dias. Eles são base da alimentação do brasileiro e fornecem uma boa combinação de nutrientes.

Ademais, o cardápio diário deve prever 6 porções de cereais (de preferência integrais), 3 porções de frutas, 3 porções de verduras e legumes e 3 porções de carnes, leites e derivados (de preferência com pouca gordura). Por fim, restrinja a uma porção a quantidade de óleo, azeite, manteigas e margarinas.

5. Como fazer os idosos beberem mais água?

Os idosos naturalmente sentem menos sede. Porém, isso não significa que eles precisam beber menos água. Pelo contrário: a ingestão adequada do líquido favorece a prevenção a problemas comuns dessa faixa etária, como a constipação intestinal e até mesmo a desidratação, principalmente em dias mais quentes.

O ideal é que a quantidade de água ingerida gire em torno de 6 a 8 copos por dia, considerando que alguns alimentos também são ricos em líquidos, salvo exceções onde há necessidade de restrição, de acordo com orientação médica.

Para favorecer o consumo de água, a principal orientação é mantê-la disponível sempre por perto, seja em uma garrafa, caneca ou copo. “Temperar” a água com limão, cascas de frutas ou especiarias pode ajudar na aceitação do líquido. Em parte, a água pode ser substituída por café, chás naturais e água de coco, desde que não haja adição de açúcar.

Tabela Alimentando idosos

6. O que deve ser evitado?

Para favorecer uma alimentação mais equilibrada, é importante observar que alimentos devem ser restringidos ao mínimo possível. Entre essas restrições, as principais são3:

    • Bebidas açucaradas (como refrigerantes e sucos industrializados);
    • Alimentos ultraprocessados (como bolachas e salgadinhos industrializados);
    • Sal e açúcar em excesso, principalmente à mesa;
    • Bebidas alcoólicas.

Nos casos em que o consumo desses itens for muito intenso, pode ser interessante promover uma redução gradual, substituindo-os por alternativas mais saudáveis do ponto de vista nutricional. Limitar a ingestão desses produtos a uma ou duas vezes por semana também pode ajudar na participação deles na dieta. Por fim, em muitos casos, a restrição a esses alimentos faz parte do controle de algumas doenças, como é o caso do açúcar para quem tem diabetes.

Na maioria dos casos, a alimentação para idosos adequada é similar àquela indicada para outras etapas da vida. Contudo, diante das alterações significativas dessa fase da vida, é preciso fazer os ajustes e acréscimos necessários em prol de uma vida mais saudável e longeva.

De qualquer forma, estudos em idosos indicam que consumo de um menor número de refeições e a realização delas sem companhia à mesa estão associados à piora da qualidade na alimentação. Ainda que o envelhecimento seja um processo natural, ele submete o organismo a alterações anatômicas e funcionais causando impacto nas condições de saúde e no estado nutricional da pessoa idosa4.

7. Além dos cuidados na escolha dos alimentos, o que mais posso fazer para melhorar a nutrição dos idosos?

Os suplementos nutricionais orais são uma boa opção para melhorar a nutrição dos idosos, favorecendo a recuperação do apetite, facilitando a mastigação e a deglutição e contribuindo para um melhor aporte de proteínas, calorias e micronutrientes.

Por isso, aproveite e conheça todas as alternativas da linha suplementação oral Fresubin®.


Referências:

1.Guia Alimentar Para a População Brasileira. Ministério da Saúde. 2ª Edição. Disponível em: Guia alimentar para a população brasileira (saude.gov.br)

2. Alimentação saudável para a pessoa idosa: um manual para profissionais de saúde. Disponível em: Alimentação saudável para a pessoa idosa: um manual para profissionais de saúde (saude.gov.br)

3.Protocolos de uso do Guia Alimentar para a população brasileira na orientação alimentar da população idosa. Fascículo 2. Disponível em:  protocolos guia alimentar_fasciculo 2.pdf (saude.gov.br)

4.Gomes A.P. et al. Baixa qualidade da dieta de idosos: estudo de base populacional no sul do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva Nov 2016, Volume 21 Nº 11 Páginas 3417 - 3428