sarcopenia

Perda de massa muscular é comum com a idade? 

Com as mudanças demográficas da população, a fatia de pessoas idosas é cada vez maior. Logo uma série de cuidados com a saúde desse segmento devem ser reforçados. A razão para isso é simples: idosos apresentam diversas alterações fisiológicas naturais, o que recebe o nome de senescência. Dentre as alterações percebidas na senescência, a perda de força da muscular é uma das mais notáveis.

Embora parte dessa alteração na quantidade e na qualidade dos músculos seja natural com o passar dos anos, isso não significa que ela não traga problemas. Essas modificações afetam a funcionalidade, a autonomia e, consequentemente, prejudicam a qualidade de vida e sua longevidade. Com isso, é preciso avaliar medidas que possam ser tomadas para minimizar o prejuízo de tal comprometimento.

As causas da perda muscular em idosos

O nome dado a essa perda de força e massa muscular que surge com a idade é sarcopenia (que tem origem no grego e significa algo como “perda da carne”). Ela pode ser notada já a partir dos 50 anos.

Seu aparecimento tem causas variadas, que vão desde redução na alimentação (calorias e proteínas), alteração na síntese de proteínas (produção corporal de proteínas), aumento de mediadores inflamatórios, diminuição da função neuromuscular e produção de hormônios1.

Em muitos casos, a perda muscular nas mulheres se dá de forma acentuada a partir da menopausa, devido aos reflexos das alterações hormonais no organismo. Em homens, por sua vez, o comprometimento da estrutura musculoesquelética costuma ser um pouco mais gradual à medida que os anos passam.

Os sintomas e consequências desse fenômeno

A massa muscular é essencial para toda a sustentação do corpo, incluindo a manutenção do equilíbrio e do movimento. Além disso, organismos com mais músculos têm função metabólica diferente, o que favorece um melhor aproveitamento da insulina e de respostas inflamatórias. Tão preocupante quanto à sarcopenia é o ganho de gordura corporal que em muitos casos acompanha o envelhecimento.

Além disso, a sarcopenia está relacionado a um maior risco de acidentes que levam à hospitalização e a complicações como perda de peso, fraqueza, fadiga, redução da mobilidade e aumento da dependência de cuidadores. Assim, a evolução na perda muscular gera impactos sociais na vida da pessoa.

Contudo, é preciso observar que, em parte dos casos, a perda muscular não é sequer percebida, principalmente nos estágios iniciais. Normalmente, os primeiros sinais aparecem diante da dificuldade em mover algum objeto ou do desequilíbrio constante.

Dessa forma, tanto médicos quanto os demais profissionais de saúde, devem ficar atentos aos sinais de fragilidade do idosos como perda peso involuntário, cansaço, redução velocidade de marcha e redução no nível de atividade física. No mais, deve-se estar alerta a outros quadros, como a osteoporose, que fragiliza a estrutura óssea e pode favorecer ainda mais a chance de acidentes.

No ambiente clínico, é possível detectar idosos em risco de sarcopenia e confirmar o diagnóstico com uso de ferramentas simples (como formulários específicos de triagem de risco, avaliação nutricional, teste de força e funcionalidade) e por meio de uma série de exames de imagem, incluindo tomografias, ultrassonografias e ressonâncias magnéticas.

Os cuidados que retardam o comprometimento da massa muscular

A prevenção da sarcopenia e a manutenção da massa muscular na terceira idade passa pela combinação de fatores como:

• Alimentação adequada, especialmente rica em proteínas;
• Exercícios físicos que favoreçam o fortalecimento dos músculos;
• Reposição hormonal, desde que devidamente indicada;
• Suplementação nutricional oral orientada por um nutricionista, com o apoio de outros profissionais capacitados2.

A alimentação deve privilegiar alimentos ricos em proteínas, como carnes, ovos e derivados do leite. Esse nutriente é essencial para a composição dos músculos. Se necessário, de acordo com orientação, é possível optar por variações com menos gordura ou por fontes proteicas de origem vegetal.

Optar por uma orientação rica em proteínas não significa eliminar os carboidratos, uma vez que eles são a principal fonte de energia do organismo e evitam o uso da proteína para esse fim. Ingerir água o suficiente para garantir a hidratação apropriada e evitar bebidas alcoólicas também são boas recomendações.

As atividades físicas devem, pelo menos em parte, privilegiar treinos que desenvolvam a força e o equilíbrio. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, quando não houver contraindicações, a prática de atividade física ao longo de uma semana deve somar entre 150 e 300 minutos, de intensidade moderada a intensa.

Diferentes modalidades de exercício podem ajudar, mas programas que incluam exercícios resistidos, aeróbicos e de equilíbrio são os mais indicados. De qualquer forma, deve-se considerar a orientação profissional, que leve em conta limitações e riscos, de acordo com cada indivíduo.

A suplementação deve ser introduzida nos casos em que a ingestão alimentar não é suficiente para garantir o suprimento adequado de proteínas, energia e demais nutrientes. Isso pode acontecer, por exemplo, em decorrência de quadros de falta de apetite, dificuldade para mastigar e engolir os alimentos ou com problemas na absorção de nutrientes (evidenciada pela perda de peso ou por quadros de diarreia ou vômitos, por exemplo), todos também característicos da senescência.

Também faz parte do cuidado acompanhar e tratar outras doenças que possam acelerar a perda de massa muscular, como disfunções na tireoide, diabetes e transtornos gastrointestinais que prejudicam ainda mais a absorção dos nutrientes. Tudo isso, claro, deve ser feito mediante monitoramento clínico e nutricional constante, respeitando a orientação do nutricionista ou médico.

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Referências:

1.Diz, Juliano Bergamaschine Mata, et al. "Prevalência de sarcopenia em idosos: resultados de estudos transversais amplos em diferentes países." Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia 18 (2015): 665-678. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbgg/a/FFm9JS8N45hmRXgBPfLD5bb/?lang=pt

2.Silva, Tatiana Alves de Araujo, et al. "Sarcopenia associada ao envelhecimento: aspectos etiológicos e opções terapêuticas." Revista Brasileira de Reumatologia 46 (2006): 391-397.Disppnível em:
https://www.scielo.br/j/rbr/a/D5C93ftQjjdyL4L6Bx5gw3R/abstract/?lang=pt

Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, et al. Writing Group for the European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWGSOP2. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing. 2019;48(1):16-31

Gonçalves TJM, Horie LM, Gonçalves SEAB, Bacchi MK, Bailer MC. Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no envelhecimento. BRASPEN J 2019; 34 (Supl 3):2-58