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Conheça 5 das principais deficiências nutricionais nos idosos

Com o passar dos anos, é natural sofrermos alterações orgânico-fisiológicas, que ao estar associadas a problemas psicológicos ou mesmo socioeconômicas, podem levar a deficiências nutricionais nos idosos, um problema cada vez mais comum em nosso meio. Se isso por si só não fosse preocupante, temos ainda complicações ocasionadas pelo consumo de dietas desbalanceadas que podem afetar a evolução de algumas doenças crônicas.

Portanto, uma rotina alimentar capaz de fornecer todos os nutrientes em quantidade satisfatória é parte importante do bem-estar e da conquista de uma vida ativa e saudável. Com isso, a partir das particularidades de cada contexto, é preciso agir para identificar e evitar deficiências que indicam estados nutricionais inadequados.

 

1. Proteínas

As proteínas são um nutriente indispensável para a composição de diferentes tecidos corporais, além da manutenção de variados processos metabólicos do organismo. Em idosos, a deficiência na ingestão de proteína pode levar ao enfraquecimento de músculos, unhas e cabelo. Em quadros mais graves, essa deficiência pode estar associada a quadros de sarcopenia e redução da autonomia.

Para evitar isso, o ideal é que a ingestão de proteína para pessoas saudáveis acima de 60 anos seja de no mínimo 1,0 a 1,2 gramas/kg/dia, podendo chegar a 1,5 gramas/kg/dia na vigência de doença aguda ou crônica1. Para se ter uma ideia, a recomendação tradicional é de 0,8 gramas/kg/dia2. Nos cenários em que médicos e nutricionistas julgarem necessário, podem ser introduzidos produtos de suplementação proteica para alcançar tal patamar.

 

2. Fibras

Fibras, de um modo geral, são carboidratos que não são digeridos pelo organismo humano e, quando são ingeridos, ajudam no trânsito intestinal e na regulação da sensação de saciedade entre as refeições, dentre outros benefícios.

É frequente que idosos não alcancem o nível adequado da ingestão de fibras. Isso provoca desde problemas de constipação intestinal até dificuldades maiores para aproveitar a insulina secretada pelo pâncreas, tornando mais difícil o controle do nível glicêmico, algo crítico para quem tem diabetes.

De acordo com a ESPEN (European Society for Clinical Nutrition and Metabolism), sempre que não houver contraindicação, a ingestão diária mínima de fibras por idosos deve ser de 25 gramas, número similar ao de adultos de outras faixas etárias3. Todo consumo de fibras, adicional ou não, deve estar acompanhado da ingestão adequada de água.

 

3. Cálcio e vitamina D

Cálcio e vitamina D andam lado a lado, já que a absorção do mineral depende da presença dessa vitamina. Em idosos, manter o suprimento adequado desses nutrientes é essencial principalmente para conter a perda de massa óssea, que começa por volta dos 30 anos e se acentua com o passar da idade, principalmente em mulheres após a menopausa.

Embora uma dieta rica em cálcio e a exposição adequada à luz solar (essencial para síntese da vitamina D) possa garantir quantidades suficientes desses nutrientes, alterações fisiológicas comuns nessa idade podem impedir o organismo de aproveitar de forma adequada esses recursos.

Nesse contexto, a suplementação de cálcio e vitamina D pode exercer um papel importante, ainda que parte dos benefícios não estejam claros e não haja consenso sobre quanto e quando é necessário suplementar. Na pratica a recomendação segue o proposto nas Dietary Reference Intakes (DRI´s), tendo como exceção somente idosos com deficiência de algum micronutriente específico, sendo importante uma avaliação individualizada¹.

 

4. Vitamina B12

A vitamina B12 é outra vitamina que pode esbarrar na dificuldade que o organismo de pessoas mais velhas tem para absorver esses componentes, o que traz prejuízos para diversos processos metabólicos do organismo, desde as células do sistema nervoso até aqueles que compõem o sangue.

A falta da Vit B12 leva a anemia megaloblástica, confusão mental e outros distúrbios cerebrais, por vezes visto no idoso. Um relato interessante foi de um caso no British Medical Journal, que se trata de uma idosa de 61 com demência desencadeada por uma dieta pobre nesta vitamina, que foi revertido com o manejo psicofarmacológico adequado4.

A recomendação adequada de vitamina B12 varia de acordo com as evidências consultadas, que na sua maioria são inconclusivas. No entanto, uma revisão publicada em 2020 levando em conta o recorte populacional da população do Reino Unido sugere valores em torno de 2.4 μg/dia5Em todo caso, sempre que não for possível garantir a ingestão adequada por meio da dieta, o médico ou nutricionista pode indicar uma suplementação.

 

5. Ferro

Por fim, o ferro é outro mineral cuja deficiência entre idosos é comum e tem resultado perceptível na condição de saúde. Ele é parte da composição da hemoglobina, proteína que compõe os glóbulos vermelhos do sangue e é responsável pelo transporte do oxigênio no organismo.

A principal consequência da ingestão inadequada de ferro é a anemia (cuja causa também pode ser a deficiência de vitamina B12), que atinge pessoas de todas as idades, mas tem nos idosos um maior risco de deficiência e, este grupo está associado a desfechos piores. Estudos também associam níveis inadequados de ingestão de ferros a sintomas depressivos e redução da capacidade cognitiva6.

Em geral, a recomendação da ingestão de ferro adequada gira em torno de 8.7 mg/dia para ambos os sexos, levando em conta que as mulheres, com o passar dos anos, tendem a ter uma perda menor de ferro devido à interrupção da menstruação5. Na alimentação do dia a dia, carnes vermelhas, leguminosas (feijões) e vegetais de folhas escuras costumam ser as principais fontes de ferro. Vale reforçar que a vitamina C contribui para a absorção do mineral, enquanto o excesso de cálcio pode reduzi-la6.

Percebam que uma alimentação equilibrada é a base para a prevenção das principais deficiências nutricionais em idosos. No entanto, sempre que a ingestão alimentar não for capaz de fornecer todos os nutrientes necessários, a intervenção dos profissionais de saúde deve garantir que a suplementação oral seja feita sempre da melhor forma possível, promovendo ganhos de qualidade de vida e bem-estar.

 

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Referências

 

  1. BRASPEN (Brazilian Society of Parenteral and Enteral Nutrition). Diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no Envelhecimento. BRASPEN J 2019; 34 (Supl 3); 2-58.
  2. Institute of Medicine. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids. Washington, DC: National Academies Press (2005).
  3. Volkert, D., Beck, A. M., Cederholm, T., Cruz-Jentoft, A., Goisser, S., Hooper, L., ... & Bischoff, S. C. (2019). ESPEN guideline on clinical nutrition and hydration in geriatrics. Clinical nutrition, 38(1), 10-47.
  4. Silva B, Velosa A, Barahona-Corrêa JB. Reversible dementia, psychotic symptoms and epilepsy in a patient with vitamin B12 deficiency. BMJ Case Reports CP 2019;12:e229044.
  5. Nicole Dorrington, Rosalind Fallaize, Ditte A Hobbs, Michelle Weech, Julie A Lovegrove, A Review of Nutritional Requirements of Adults Aged ≥65 Years in the UK, The Journal of Nutrition, Volume 150, Issue 9, September 2020, Pages 2245–2256. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32510125/
  6. Watson, J., Lee, M. & Garcia-Casal, M.N. Consequences of Inadequate Intakes of Vitamin A, Vitamin B12, Vitamin D, Calcium, Iron, and Folate in Older Persons. Curr Geri Rep 7, 103–113 (2018). https://doi.org/10.1007/s13670-018-0241-5