Os quimioterápicos são medicamentos valiosos para enfrentar inúmeros tipos de câncer. Contudo, assim como qualquer outro tratamento, a sequência de sessões para administração dos fármacos pode gerar uma série de efeitos colaterais. Entre as queixas relatadas mais frequentes, destaca-se o enjoo durante a quimioterapia.

A presença constante do enjoo, acompanhado ou não de vômitos e outras sensações desconfortáveis, pode afetar a capacidade do paciente de se alimentar adequadamente. Isso pode levar à desnutrição, um problema grave em pacientes oncológicos, que gera prejuízos à qualidade de vida durante esse período. Além disso, entre 10% e 20% dos pacientes oncológicos morrem devido às consequências da má-nutrição e não do desenvolvimento do tumor em si¹.

 

Como funciona a quimioterapia e por que ela gera efeitos colaterais?

O termo quimioterapia engloba a adoção de uma série de recursos farmacológicos utilizados para tratar diferentes tipos de tumor. Em resumo, o que todos eles fazem é alterar os mecanismos de proliferação celular, destruindo e impedindo que as células cancerígenas continuem a se multiplicar dentro do organismo². Acontece que, nesse processo, as células saudáveis também podem ser atingidas².

Tal dinâmica explica boa parte dos efeitos colaterais da quimioterapia. Porém, é difícil prever de que forma cada efeito colateral atingirá o indivíduo. De qualquer forma, entre os efeitos colaterais mais comuns estão³:

• Fadiga;
• Perda de cabelo;
• Problemas gastrointestinais, incluindo enjoos (em alguns casos, acompanhados de vômitos).

Em geral, a maioria desses desconfortos é revertida assim que o tratamento é encerrado, mas pode acontecer de alguns deles se manterem por meses depois do fim das sessões.

 

Como gerenciar o enjoo durante a quimioterapia?

No caso dos enjoos e do vômito, eles podem aparecer logo em seguida às sessões de quimioterapia, alguns dias depois ou mesmo se tornarem crônicos, persistindo mesmo após o fim do tratamento. Existem situações em que o paciente pode experimentar a sensação de desconforto antes da aplicação da quimioterapia, uma vez que lembranças anteriores podem disparar respostas que geram a náusea⁴. Seja como for, quadros de enjoo e vômito constantes levam a prejuízos como⁴:

 

• Perda de apetite;
• Desnutrição e desidratação;
• Deficiência de nutrientes no organismo;
• Lesões no esôfago;
• Prejuízos ao bem-estar mental.

 

Além de recomendações gerais sobre uma alimentação saudável (com refeições regulares baseadas em alimentos ricos em vitaminas e minerais, por exemplo), algumas medidas na rotina do paciente podem reduzir o desconforto gerado pelo enjoo. As principais são⁵:

 

1. Evitar longos períodos de jejum e dar preferência a refeições com porções menores, com espaço de tempo reduzido entre elas;
2. Não se deitar após comer;
3. Não beber nenhum líquido enquanto come;
4. Durante episódios de enjoo e vômito, o ideal é não comer os alimentos que a pessoa mais gosta. Assim, evita-se a associação com o efeito colateral;
5. Não comer alimentos que possam intensificar o enjoo. Entre exemplos disso estão alimentos gordurosos, picantes ou com muito tempero, muito doces ou com aromas intensos;
6. Consumir alimentos e bebidas geladas, como água, vitaminas, sucos e picolés de frutas, desde que não haja contraindicação.

 

Junto dessas, o médico responsável pelo acompanhamento também pode indicar medicações para ajudar no controle do enjoo durante a quimioterapia.

 

Por tudo isso, é essencial manter o diálogo constante com os profissionais de saúde (médicos e nutricionistas, por exemplo) e ser transparente sobre os possíveis desconfortos apresentados ao longo do tratamento. No mais, é preciso observar que podem ainda aparecer outros efeitos colaterais capazes de prejudicar a manutenção de um bom estado nutricional.  

Pensando nisso, conheça a linha de produtos Fresubin®, que conta com opções especialmente desenvolvidas para contribuir com o estado nutricional de pacientes oncológicos.

 

 

 

Referências

 

1. Muscaritoli, M., Arends, J., Bachmann, P., Baracos, V., Barthelemy, N., Bertz, H., ... & Bischoff, S. C. (2021). ESPEN practical guideline: Clinical Nutrition in cancer. Clinical Nutrition, 40(5), 2898-2913.Disponível em: https://www.clinicalnutritionjournal.com/article/S0261-5614(21)00079-0/fulltext Acesso em 13 de abril 2023.
2. How does chemo work? (n.d.). Types of Chemotherapy.  American Cancer Society. Disponível em: https://www.cancer.org/treatment/treatments-and-side-effects/treatment-types/chemotherapy/how-chemotherapy-drugs-work.html Acesso em 13 de abril 2023.
3. Chemotherapy side effects. (n.d.). American Cancer Society. Disponível em: https://www.cancer.org/treatment/treatments-and-side-effects/treatment-types/chemotherapy/chemotherapy-side-effects.html Acesso em 13 de abril 2023.
4. Nausea and vomiting related to cancer treatment –patient version. National Cancer Institute. Disponível em: https://www.cancer.gov/about-cancer/treatment/side-effects/nausea/nausea-pdq Acesso em 13 de abril 2023.
5. Instituto Nacional de Câncer. Guia de nutrição para pacientes e cuidadores: orientações aos usuários. – 4. ed. – Rio de Janeiro: INCA, 2020. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//guia-nutricao-pacientes-cuidadores-4-edicao.pdf Acesso em 13 de abril 2023.